3 de abril de 2016

12º E ÚLTIMO EPISÓDIO - CARTA DO FINADO CABO JEREMIAS

Nota:
Este episódio final está relacionado com o 8º Episódio (Clicar) e com 9º Episódio (Clicar)

Da direção do Lar do Sagrado Coração de Jesus da Nazaré recebemos uma carta de um seu utente acabado de falecer, com a indicação de ser dirigida, após a sua morte, ao blogue Policiário de Bolso.

Eis o texto: 
Encontro-me só no mundo e sem ninguém. A minha saúde está por um fio pois a idade não perdoa e já vou perto da centena de anos. Tenho vindo a seguir com interesse e recordando com saudade os diferentes episódios contados pelo historiador A. Raposo de forma escorreita e verdadeira. Para ele os meus respeitos.
O homem sabe do que fala e sei que recolheu informações de forma a contar as histórias tal qual elas se passaram.
Acontece que guardei religiosamente segredo de um facto que aconteceu por alturas em que fui mais a viúva Teresinha apanhado em flagrante pelo Raul das Solas e Cabedais.
Nessa altura e uma vez que fui ameaçado pela sovela do Raúl, saí de rabinho entre as pernas e salvei as minhas vergonhas da degola e a viúva do falatório. 
O caso acabou em bem e o Raul ficou satisfeito e acabou no mês seguinte por casar com a Teresinha. Eu na altura vivia com a minha mulher e não podia fazer ondas…
Porém, eu sabia que ela já estava a faltar-lhe as regras há 1 mês e o casamento veio a tempo de salvar o escândalo. 
Acontece que a filha da Teresinha (que emigrou depois para a Austrália e de quem nunca mais soube nada) era afinal minha filha e tu Ana Teresa és minha neta.

Que Deus te proteja. Afinal a geração do cabo Jeremias não acabou – não tivemos filhos com a minha já falecida esposa e como prova do meu amor deixo-te em testamento o prédio onde estou a gozar os últimos dias da minha existência.

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Cabo Jeremias