31 de março de 2013

BOA PÁSCOA

LEITURAS DE PÁSCOA
Estamos bem longe da tradição norueguesa (CLICAR), por isso deixamos aqui hoje uma sugestão de leitura com a Páscoa como pano de fundo.
O CEGO DE SEVILHA de Robert Wilson
Publicações Dom Quixote – Ficção Universal
1ª Edição 2003
É semana santa em Sevilha. Um empresário de renome é encontrado atado, amordaçado e morto em frente do seu televisor. As feridas auto-infligidas deixam perceber a luta que travou para evitar o horror das imagens que foi forçado a ver. Quando confrontado com esta macabra cena, o habitualmente desapaixonado detective de homicídios Javier Falcón sente um medo inexplicável. O que é podia set tão terrível?
A investigação da vida turbulenta da vítima arrasta Falcón através do seu passado e dos misteriosos diários do seu falecido pai, um artista mundialmente conhecido. Revelações dolorosas agitam a memória de Falcón e mais assassínios ocorrem, impelindo-o para a revelação da terrífica verdade. E ele compreende que não se trata só da caça ao assassino que tudo vê, que conhece as vidas secretas das suas vítimas, mas também da procura da sua alma perdida.
O Cego de Sevilha é um romance que combina a tensão de um thriller psicológico com a intensidade emocional de um tour de force literário. Um verdadeiro festim para todos os sentidos.
(texto da badana, 1ª edição)

29 de março de 2013

LIVROS - NOVIDADES


Numa Mesma Noite
Leonardo Bazán — Editora Alfaguara
Março 2013
 
Prémio Alfaguara de Romance 2012
Um thriller existencial, perturbador, hipnotizante, na opinião de Rosa Mantero, presidente do júri do Prémio Alfaguara de Romance 2012
Sinopse
Leonardo Bazán, escritor, regressa a casa dos pais numa madrugada de 2010 quando testemunha, por acidente, um assalto à casa vizinha. Não é um assalto vulgar, pois é perpetrado por um grupo de crime organizado de que fazem parte agentes das forças da autoridade. Mas o que mais perturba o escritor é a recordação de um assalto de contornos semelhantes, ocorrido naquela mesma casa trinta e seis anos antes, pouco tempo depois da instauração da ditadura militar que engolia a Argentina numa onda de terror galopante.
As memórias de Leonardo, à altura com 13 anos, recuperam a figura de Diana Kuperman, antiga ocupante da casa assaltada e vítima de tortura psicológica pelo poder vigente. Mais do que apenas recordar, Leonardo questiona qual terá sido o papel do pai nos acontecimentos que levaram à detenção da vizinha. Para poder entender, Leonardo começa a escrever um romance, com o objectivo de resgatar e exorcizar um passado que tudo fizera para esquecer. Talvez assim possa salvar-se da sua própria cobardia.
Pista atrás de pista, o escritor aproxima-se do mistério, ao mesmo tempo que faz uma viagem pessoal pelo medo, pela reacção à brutalidade do poder e pela memória do terror e da cobardia. Um texto tão íntimo quanto político, tão confessional quanto misterioso.

27 de março de 2013

DIA MUNDIAL DO TEATRO


HOJE É DIA MUNDIAL DO TEATRO
 



O POLICIÁRIO E O TEATRO

Foram vários os autores de ficção policiária que escreveram peças de teatro, ou viram as suas obras adaptadas ao palco. O primeiro título que surge é sem dúvida a famosa The Mousetrap, da não menos famosa Agatha Christie. É a peça há mais tempo em cena, com estreia no Theatre Royal de Nottingham, em 6 de Outubro de 1952 e que atingiu a 25000ª representação no final do ano passado no palco do St. Martin's Theatre em Londres.
 
Os Dias Mundiais valem o que valem, mas O Policiário de Bolso não pode deixar de celebrar o Teatro e em jeito de contributo apresenta 10 obras editadas em Portugal, que de alguma forma ligam o género policiário com as artes do palco.



 

ABRACADÁVER
Autor: Peter Lovesey (Clicar)
Editado em 1995, o Nº576 da Colecção Vampiro, é o 3º livro da série Sargeant Cribb. Um mistério policiário passado na Londres do século XIX no mundo do music hall.

 
A VINGANÇA DE HAMLET
Autor: Michael Innes (Clicar)
Também da Colecção Vampiro (Nº498), publicado em 1989 é um livro da série Inspector Appleby. Considerado pela crítica uma verdadeira obra mestre da narrativa, envolvido num cenário shakespeariano tem como tema central um crime ocorrido durante uma representação privada de Hamlet.

 
ELENCO PARA A MORTE
Autora: Margaret Yorke (Clicar)
Editado em 1983 pela Publicações Europa-América  com o Nº23 da Colecção Livros de Bolso Série Clube do Crime. O Dr Patrick Grant está determinado a desvendar as circunstâncias em que morreu o seu amigo Sam Irwing, um conhecido actor do Fantasy Theatre. Grant tropeça numa série de acontecimentos, sem relação aparente, onde o ambiente teatral é parte essencial.

 
MORTE NA MANSÃO BRANCA
Autora: Margery Allingham (Clicar)
Editado em 1990 pela Livros do Brasil, na Colecção Vampiro (Nº519) é uma aventura de Albert Campion. A acção decorre em Inglaterra, envolve o bailarino Jimmy Sutane, uma estrela do London's Argosy Theatre que celebra a 300ª representação da peça O Bota de Elástico. Um mistério que envolve chantagem e assassínio no meio teatral e é classificado como um dos casos mais sangrentos de Campion


MORTE NO LA FENICE
Autora: Donna Leon (Clicar)
Publicado pela Editorial Presença e pela Planeta — com o título Morte no Teatro La Fenice.

Sinopse (Planeta)
Neste livro, Brunetti investiga o caso do reputado maestro Wellauer, encontrado morto no seu camarim no Teatro La Fenice, após dirigir o primeiro acto da ópera La Traviata, de Verdi. O comissário vê-se imediatamente confrontado com um problema que o faz pensar e com um vasto leque de suspeitos: a prima donna Flávia Petrelli, que é uma rapariga mimada e egoísta; o director que estava furioso com a recusa do maestro em actuar num teatro muito conceituado; uma jovem esposa; uma soprano extraordinária e mentirosa e um director de teatro homossexual que tivera uma discussão com o maestro pouco antes do crime. Perplexo, Guido Brunetti interroga-se sobre quem calou para sempre o mais eloquente maestro do Ocidente.
Confrontado com um caso aparentemente cada vez mais complicado, no decurso das investigações, Brunetti interroga uma jovem que trabalha no teatro e que tinha uma ligação próxima com o maestro e fica a saber segredos perturbadores e difíceis de gerir. Brunetti conclui que qualquer uma das pessoas que trabalham no Teatro La Fenice pode ter assassinado o maestro.


 
MORTE NO TEATRO
Autora: Ngaio Marsh (Clicar)
Publicado em 1991 na Colecção Livros de Bolso (Nº113), Série Clube do Crime, das Publicações Europa-América. Ocorre um crime no palco do Unicorn Theater, durante uma peça de teatro. Apenas duas pessoas, o assassino e o Inspector Alleyn, sabem que o crime não é uma representação.



O MISTÉRIO DO CHAPÉU ROMANO
Autor: Ellery Queen
Editado com o Nº667 da Colecção Vampiro, é o primeiro livro da dupla dos dois primos que escrevem sob o pseudónimo literário de Ellery Queen. O inspector Queen e o seu filho investigam a morte do advogado Monte Field assassinado no Roman Theatre no início do segundo acto da peça em exibição tornando suspeitos todos aqueles que se encontravam no teatro.
Frederic Dannay (Clicar)

 
O SEGREDO DE SHAKESPEARE
Autor: Jennifer Lee Carrell
Editado em 2007 pela Bertrand e Círculo de Leitores.
Sinopse:
Kate Shelton, uma excêntrica directora de produção do teatro Globe envolvida numa produção de uma peça de Shakespeare, recebe da amiga Roslind Howard uma misteriosa caixa com a indicação de conter uma descoberta assombrosa. Porém, antes de Kate se debruçar sobre essa intrigante segredo, o teatro arde e um dos actores é assassinado. Dentro da caixa Kate encontra a primeira peça de um quebra-cabeças shakesperiano, conduzindo-a a uma caça ao tesouro alucinante. Desde Londres a Harvard, Kate tentará escapar a um assassino que tudo fará para ficar na posse do segredo de Shakespeare.

 
TRAGÉDIA EM 3 ACTOS
Autora: Agatha Christie (Clicar)
Editado pela Livros do Brasil e mais recentemente pelas Edições Asa. Protagonizado por HerculePoirot “conduz o leitor ao ambiente teatral em que tudo é fictício: enredo, emoções, personagens, cenários… desta vez Poirot enfrenta um envenenamento bem real, que vem ampliar o dramatismo de uma peça.

 
ÚLTIMO ACTO
Autora: P. D. James (Clicar)
Editado pelas Publicações Europa-América com o Nº23 da Colecção Crime Perfeito é um mistério da série Cordelia Gray. A actriz Clarissa Lisle, famosa pela sua beleza arrebatadora e pelas suas manipulações sem escrúpulos, recebe ameaças de morte cada vez mais agressivas e resolve contractar Cordelia como guarda-costas quando tem de se deslocar a um castelo numa ilha, na costa de Dorset, para uma representação particular da tragédia sangrenta do dramartugo John Webster: A Duquesa de Malfi.
 
 
 
 

24 de março de 2013

LIVROS - NOVIDADES


O Livreiro
Mark Pryor — Clube do Autor
Março 2013

Sinopse
Neste romance de ritmo acelerado e empolgante (que prenderá os leitores da primeira à última página), encontramos a história de um terrível segredo escondido durante décadas nas páginas de um livro há muito desaparecido.
Hugo Marston decide comprar um livro raro ao seu amigo Max, o idoso proprietário de uma banca de obras antigas. Poucos minutos depois, Max é raptado. Vivamente surpreendido com o acto, Marston, chefe de segurança da embaixada americana em Paris, nada consegue fazer para impedir o raptor. Marston inicia então uma investigação destinada a encontrar o livreiro, recrutando a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA.
A busca de Hugo revela que Max é, afinal, um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis. Estará o rapto ligado ao sombrio passado de Max ou aos misteriosos livros raros que vendia?

Crítica
“Uma estreia forte e auspiciosa.” Library Journal
“O protagonista é um herói convincente que vai conquistar os leitores.” Publishers Weekly

19 de março de 2013

BIBLIOTECA FICÇÃO CIENTÍFICA


BIBLIOTECA ESSENCIAL DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA (88)

Volume 88 — (1970) Ringworld de Robert Larry Niven


Larry Niven é o pseudónimo literário de Lawrence Van Cott Niven, escritor americano nascido em 1938, autor de World of Ptvvs (1966), The Protector (1973), The Mote in God’s Eye (1974) A World Out of Time (1976), The Smoke Ring (1987), etc. relevando em especial uma boa parcela de contos. Nesta modalidade foi consagrado com Prémio Hugo em 1967 com Neutron Star, em 1972 com Inconstant Moon, em 1975 com The Hole Man e em 1976 com Borderland of Sol.
Em Niven a exploração científica tem um papel importante, tão importante como o voo de imaginação e fantasia que imprime à sua obra literária. Aliás, o autor, a par de uma cultura científica elevada, tem uma escrita ágil e amena, transbordante de versátil inventiva.

Ringworld é o primeiro volume de uma trilogia de muito interesse, obteve os prémios Hugo, o Nebula, o Locus e Ditmar, escolha obtida pela votação dos escritores americanos de Ficção Científica e votação popular, respectivamente.
Ele concebe-se um planeta diferente, um planeta oco, habitado por duas raças de alienígenas — os titerotes, mercadores natos, intrigantes, traiçoeiros e cobardes e os kzinti, guerreiros até à medula — os quais têm nas mãos o destino da civilização terrestre.


18 de março de 2013

BIBLIOTECA FICÇÃO CIENTÍFICA


BIBLIOTECA ESSENCIAL DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA (87)

Volume 87 — (1969) Nightwinds de Robert Silverberg


Robert Silverberg, o autor em destaque nasceu em 1935 em Brooklyn — Nova Iorque, de uma família de baixo nível económico. Publicou o seu primeiro conto de Ficção Científica aos dezassete anos, recebendo pouco mais de um ano depois o prémio Hugo especial pelo mais jovem e mais prometedor escritor do género. Prolifero, tanto no conto, como na novela, recebeu três Hugo, cinco Nebula, dois Locus, um Jupiter sem contar com outros prémios menos conhecidos. Além das obras a incluir na Biblioteca, merecem referência: The 13th Immortal (1956), Master of Life and Death (1957), Invaders From Earth (1958). Lord of Darkeness (1983), Valentin Pontifex (1983), Gilgamesh The King (1984), Star of Gypsies (1986).

Nightwinds são três relatos interligados pelo tema comum, que mereceu o Hugo para novela curta. A acção decorre entre as cidades mais importantes na época Roum, Perris e Jorslem, que se identificam com Roma, Paris e Jerusalém, em clima puramente feudal, no qual as profissões estão agrupadas em corporações e grémios restritos.
A Terra é invadida por extraterrestres, estes porém não são mais do que os seres que a haviam antes habitado e estão de regresso. A invasão serve de protesto para a reconciliação


Ficha Técnica
Asas na Noite
Autor: Robert Silverberg
Tradução: Eduardo Saló
Ano da Edição: 1969
Editora Galeria Panorama
Colecção: Série Antecipação Nº44
Páginas: 199

16 de março de 2013

BIBLIOTECA FICÇÃO CIENTÍFICA

BIBLIOTECA ESSENCIAL DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA (86)

Volume 86 — Emphyrio (1969) de Jack Vance


Jack Vance, ou John Holbrook Vance, que é o seu verdadeiro nome, nasceu em Sãp Francisco em 1916 e começou a escrever Ficção Científica em 1945, tendo publicado mais de uma centena de títulos. É detentor vários prémios, com destaque para dois prémios Hugo, um Nebula e um Jupiter nas várias modalidades deste género.
São insuperáveis as descrições que faz de estranhas sociedades galácticas, tanto humanas como alienígenas. Destaque para a monumental tetralogia iniciada com Tschai, Planet of Adventure, a série Durdane (The Faceless Man ou The Anome (1973), The Brave Free Men (1973), The Asutra (1974) e outras séries igualmente dignas de leitura. Ainda referência especial para as séries The Demon Princes e Lyoness.


Emphyrio é uma das novelas mais ambiciosas do autor. Nela se revela Ghyl Tarvoke, um humilde gravador de madeira que se identifica com o mítico Emphyrio. Para libertar o seu povo da tirania, cometerá delitos e viajará por vários planetas e mundos exteriores, alcançando o nível da lenda. Novela com enquadramento politico-moral.



Ficha Técnica
Enfírio
Autor: Jack Vance
Tradução: Eduardo Saló
Ano da Edição: 1969
Editora Galeria Panorama
Colecção: Série Antecipação Nº50
Páginas: 183


14 de março de 2013

BIBLIOTECA FICÇÃO CIENTÍFICA

BIBLIOTECA ESSENCIAL DE FICÇÃO CIENTÍFICA E FANTASIA (85)
Volume 85 — The Jagget Orbit (1969) de John Brunner
(é o 2º livro do escritor incluído na Biblioteca, para informações sobre o autor e 1º livro clicar AQUI)


The Jagget Orbit é mais um futuro imaginado… o tema é a manipulação das massas por quem detém o poder, apresentado em duas facetas diferentes. Por um lado o monopólio da arma da publicidade, usada muito cinicamente, por outro lado a existência de um hospital de transtornados e cujo director parece apostado em internar a superpovoada Nova Iorque.
No meio deste panorama um jornalista investiga os metidos terapêuticos utilizados nos doentes mentais, descobrindo um trama impressionante cuja eminente execução pode conduzir à eliminação da sociedade.


12 de março de 2013

LIVROS - NOVIDADES

Amuleto
Roberto Bolaño — Quetzal Editores
Março 2013

Sinopse
A voz arrebatadora de Auxílio Lacouture narra um crime atroz e longínquo, que só será desvelado nas últimas páginas deste romance — no qual, de resto, não escasseiam crimes do quotidiano e crimes da formação do gosto artístico.
Uruguaia de meia-idade, alta e magra como Dom Quixote, Auxilio ficara escondida na casa de banho das mulheres durante a ocupação da Faculdade de Letras pela polícia, no México, em 1968. Nesses dias, os lavabos que lhe serviram de esconderijo converteram-se num túnel do tempo, a partir do qual se poderá avistar os anos vividos no México e os anos por viver.
No seu discurso rememora a poeta Lilian Serpas, que foi para a cama com Che, e o seu desafortunado filho; os poetas espanhóis León Filipe e Pedro Garfias, a quem auxílio serviu como empregada doméstica voluntária; a pintora catalã Remedios Varo e a sua legião de gatos; o rei dos homossexuais da colónia Guerrero e o seu reino de terror gestual; Arturo Belano, uma das personagens centrais de Detetives Selvagens; e a última imagem de um assassínio esquecido.


Crítica
“Um romance belo e comovente. O seu criador consegue dar vida a uma personagem que ficará gravado na memória do leitor.” Ignacio Martínez de Pisón, ABC.
“Uma obra arriscada de uma concisão excecional.” Mihály Dés, Lateral.

11 de março de 2013

DOUGLAS ADAMS


Em actualização

GOOGLE CELEBRA O 61º ANIVERSÁRIO DE DOUGLAS ADAMS
Hoje a página inicial do Google (Clicar) apresenta um doodle que presta uma homenagem ao escritor Douglas Adams (1952-2001).
Douglas Adams nasceu em Cambridge a 11 de Março de 1952 e morreu subitamente de ataque cardíaco, aos 49 anos, deixando uma obra notável. É famoso pelos seus livros de ficção científica e pelos textos humorísticos para radio e televisão, com destaque para a conhecida série Monty Python's ou Dr Who.
Na Ficção Científica de humor sobressai The Hitchiker's Guide to the Galaxy — um guia para os que viajam à boleia… pela Galáxia! Concebido como uma comédia de Ficção Científica para rádio (BBC) e foi emitida em 1978, mas o sucesso atingido levou à sua edição: “uma trilogia de cinco, que inclui os títulos:
The Hitchiker’s Guide to the Galaxy (1979);
The Restaurant at the End of the Universe (1990);
Life, the Universe and Everything (1982);
So Long and Thanks for All the Fish (1984);
Mostly Harmless (1992).
Esta série, é frequentemente referida pelas siglas HG2G ou HHGTTG está traduzida em mais de 30 línguas, vendeu mais de 15 milhões de cópias.
O sucesso foi tal que, por altura da morte prematura do autor britânico, em 2001, a série já vendera mais de quinze milhões de cópias.

Em Portugal estão editados alguns livros do autor.
Da série detective Dirk Gently, pela Publicações Europa-America:

Da série Hitchikers Guide, pela Editora Saída de Emergência (CLICAR):
respectivamente o 1 e o 2º livro da série.

O doodle de hoje é interactivo. Apresenta o painel de comando da cabine da nave espacial Heart of Gold, onde é possível ver alguns dos elementos chave referidos em The Hitchiker's Guide to the Galaxy: como por exemplo a toalha — “indispensável quando se viaja no espaço”, ou a chávena de chá, uma referência a The Long Dark Teatime of the Soul ­ Deuses à Solta.
Existem ainda diversas homenagens escondidas a Douglas Adams e à sua obra: clicando na porta do elevador, à esquerda, surge Marvin “o robot paranoico e com depressão aguda”; o Guia, em posição de destaque, assemelha-se a um kindle e encerra um conjunto de elementos que os amantes da série reconhecem facilmente.

 

LIVROS - NOVIDADES


A Filha do Papa
Luís Miguel Rocha — Porto Editora
11 Março 2013

Sinopse
Será o antissemitismo a verdadeira razão para o Papa Pio XII não ter sido beatificado?
Quando Niklas, um jovem padre, é raptado, ninguém imagina que esse acontecimento é apenas o início de uma grande conspiração que tem como objetivo acabar com um dos segredos mais bem guardados do Vaticano — a filha do Papa Pio XII.
Rafael, um agente da Santa Sé fiel à sua Igreja e à sua fé, tem como missão descobrir quem se esconde por detrás de todos os crimes que se sucedem e evitar a todo o custo que algo aconteça à filha do Papa.
Conseguirá Rafael ser uma vez mais bem-sucedido? Ou desta vez a Igreja Católica não será poupada?

10 de março de 2013

RECORDAÇÕES HOLMESIANAS (1 - 2ª PARTE)

PASTICHE/PARÓDIA — O MEU SERÃO COM SHERLOCK HOLMES
De Joel Lima
O meu excelente amigo Joel Lima é, certamente, o português que mais conhece sobre Sherlock Holmes. O pastiche ou paródia, sobre o referido personagem, data de 28 de Novembro de 1891 e é de autor anónimo, que parece saber pouco sobre a figura que retrata, já que Conan Doyle apenas havia publicado Um Estudo em Vermelho e Um Escândalo na Boémia. A paródia em causa foi publicada no óptimo tributo de Joel Lima, Vidas Paralelas de Sherlock Holmes (a ler e reler), editado por Livros do Brasil, e que transcrevemos com a devida vénia.
M. Constantino


Sou uma daquelas pessoas que se divertem a fazer tudo melhor do que os outros. Daí o meu serão com Sherlock Holmes.
Sherlock Holmes é o detective privado cujas aventuras estão agora a ser narradas por Mr. Conan Doyle no Strand Magazine. Muito a meu pesar — porque detesto ouvir gabar qualquer pessoa, a não ser eu próprio — a esperteza de Holmes (quando, por exemplo, descobre com um só olhar o que comemos na quinta-feira passada) tem feito as delícias do público e da crítica; por isso, resolvi pregar-lhe uma partida. Apresentei-me a Mr. Conan Doyle e consegui persuadi-lo a convidar-me para sua casa quando Sherlock Holmes fosse visitá-lo. O pobre Mr. Holmes não esquecerá aquele serão tão depressa. Tinha-me decidido a batê-lo com as suas próprias armas e, por conseguinte, quando ele me disse, com afectado alheamento: “Pelo estado do seu corta-charutos, Mr. Anon, deduzo que não gosta de música”, atalhei inocentemente: “Claro, nada mais óbvio”.
Mr. Holmes, que estava enroscado numa poltrona, na sua posição favorita, sobressaltou-se e olhou, com indignação, para o nosso anfitrião que, pelos vistos, lhe servia de cúmplice.
— Como pode saber que Mr. Anon não é amador de música, só por olhar para o seu corta-charutos? — perguntou Mr. Conan Doyle, com mal disfarçado espanto.
— É muito simples — respondeu Mr. Holmes, fitando-me agressivamente.
— A coisa mais simples do mundo, com efeito — concordei.
— Quer dizer que não precisa das minhas explicações — replicou Mr. Holmes, com arrogância.
— Absolutamente nada — garanti-lhe.
Enchi o cachimbo com tabaco fresco para dar ao detective e ao seu biógrafo a oportunidade de trocarem olhares, sem que eu os observasse; depois, apontando para o chapéu alto de Holmes, colocado em cima da mesa, observei com voz suave: — Esteve recentemente na província, não é assim, Mr. Holmes?
O detective trincou o charuto com tanta força que a ponta acesa quase lhe queimou a sobrancelha.
— Viu-me? quis saber, _agressivamente.
— Não — retorqui — mas quando olhei para o seu chapéu, apercebi-me de que esteve fora da cidade.
— Ah, bom! — exclamou Mr. Holmes, em tom de triunfo. — Foi só uma suposição sua. A verdade é que…
— Não levou o chapéu consigo, quando foi à província —concluí eu.
— Exactamente— disse ele, com um sorriso irónico.~
— Mas como… — começou Mr. Conan Doyle.
— Ora — atalhei, friamente — talvez isso pareça extraordinário a pessoas, como os meus amigos, que não estão acostumadas a fazer deduções com base em circunstâncias triviais (Holmes arregalou os olhos, furioso), mas posso dizer-lhes que não passa de simples brincadeira para quem conserve os olhos suficientemente abertos. Quando vi que o topo da cartola de Mr. Holmes se apresentava amolgado na parte da frente, compreendi que o seu dono tinha estado recentemente na província.
— E durante quanto tempo? — rosnou Holmes pondo de lado as boas maneiras.
— Pelo menos, durante urna semana — afirmei.
— É verdade— admitiu ele, com um certo desalento.
— O seu chapéu diz-me, também continuei — que veio para aqui num four-wheeler… Não, num hansom (*).
Sherlock Holmes ficou calado, de boca aberta.
— Quer fazer o favor de nos explicar as suas deduções? — pediu o dono da casa.
— Com todo o prazer retorqui. Quando vi a amolgadela no chapéu de Mr. Holmes, percebi que tinha batido contra qualquer superfície dura. Que superfície? Provavelmente o tejadilho de qualquer meio de transporte, contra o qual deve ter chocado quando Mr. Holmes entrou no veículo. Estão sempre a acontecer acidentes desse género. Embora o veículo pudesse ser um four-wheeler, Mr. Sherlock Holmes parece preferir o hansom-cab.
— Como sabe que eu estive na província?
— Já lá chegarei. Como é natural, usa o seu chapéu alto quando se desloca dentro de Londres. Quem usa um chapéu desses, sem o saber adquire o hábito de conservá-lo na cabeça. Deduzi, assim, que recentemente tinha usado durante algum tempo, um chapéu de coco e, por isso, se desabituara da altura suplementar da cartola. Como Mr. Holmes não é pessoa que use um chapéu de coco em Londres, concluí, obviamente, que acaba de passar uma temporada na província, onde os chapéus de coco são a regra e não a excepção.
Mr. Holmes, que perdia, a olhos vistos, o prestígio de que até então gozara aos olhos do dono da casa, tentou mudar de assunto.
— Almocei hoje num restaurante italiano — comentou, dirigindo-se a Mr. Conan Doyle — e a forma como o criado fez a conta, convenceu-me de que o pai, certa vez…
— Por falar nisso— interrompi.— Lembra-se de que, quando saiu do restaurante, esteve prestes a ter uma discussão com um outro cliente?
— Era o senhor? — perguntou Holmes.
— Se admite essa possibilidade — retorqui, com brandura é porque tem uma péssima memória visual.
O detective resmungou qualquer coisa, entre dentes.
— Foi assim que as coisas se passaram, Mr. Doyle — comecei. — A porta do restaurante é giratória; numa das metades está escrito “Puxe” e, na outra, “Empurre”. Mr. Holmes e o outro cliente estavam colocados, cada um de seu lado, mas ambos empurravam. Em consequência, a porta não se abriu até que um deles deixou de empurrar. Olharam um para o outro, com ar furioso, mas não chegaram a insultar-se.
— Assistiu à cena, não é assim, Mr. Anon — quis saber o dono da casa.
— Não — repliquei mas compreendi que as coisas se passaram dessa maneira, quando Mr. Holmes nos disse que tinha almoçado num restaurante italiano. Todos eles têm portas giratórias com os avisos “Puxe” e “Empurre” de cada lado. Dezanove vezes em cada vinte, os seres humanos empurram quando devem puxar e puxam quando devem empurrar. Por outro lado, quando pretendemos sair dum-desses restaurantes, há sempre alguém que quer entrar. Daí, a infalibilidade da cena que descrevi. Para concluir, posso dizer que o simples facto de se cometer um erro tão estúpido, é suficiente para causar mau-humor que, em regra, lançamos sobre o outro interveniente para alijarmos sobre ele a culpa da ocorrência.
— Hum! —-fez Holmes, com ar cada vez mais feroz.— Mr. Doyle, as folhas deste charuto estão a desenrolar-se.
— Sirva-se de outro… — ia a começar o nosso anfitrião, quando o interrompi uma vez mais.
— Deduzo da sua afirmação, Mr. Holmes, que, antes de vir para aqui, foi ao barbeiro.
Desta vez, o detective engoliu em seco.
— E fez encerar o seu bigode —continuei (com efeito, Mr. Holmes, nos últimos tempos havia deixado crescer o bigode).
— Foi o maldito barbeiro que teve essa ideia, antes que eu pudesse impedi-lo — protestou Mr. Holmes.
— Exactamente — retorqui. — No hansom, quando vinha para cá, tentou desfazer com os dedos a obra do seu barbeiro.
— E foi por isso—concluiu Mr. Doyle, cujo rosto se iluminou, de súbito que parte da cera lhe ficou nos dedos e, depois, se agarrou à folha do charuto, obrigando-a a desenrolar-se!
— Precisamente — admiti.— Percebi que Mr. Holmes vinha do barbeiro, quando lhe apertei a mão.
— Boas-noites! — exclamou o detective, pegando no chapéu. (Não era, afinal, tão alto como primeiramente me parecera). — Boas noites! Tenho um encontro marcado com o meu banqueiro, às dez horas e…
— Bem me queria parecer — atalhei eu. Soube-o pelo modo como…
Mas Mr. Holmes já ia longe.

* O four-wheeler (carro de quatro rodas) e o hansom (cabriolé com a boleia à retaguarda) eram os trens de praça mais correntes na Londres vitoriana.