25 de julho de 2012

CALEIDOSCÓPIO 207

Efemérides 25 de Julho
Josephine Tey (1896 – 1952)
Elizabeth Mackintosh nasce em Inverness, Highland, Escócia. Escreve peças de teatro e temas históricos sob o pseudónimo Gordon Daviot, mas usa Josephine Tey para os seus romances policiários. Trabalha como professora de Educação Física durante os anos 20; em 1926 regressa a Inverness para cuidar do pai e é nessa altura que se inicia a carreira de escritora. Publica The Man In The Queue, em 1929, onde apresenta o Inspector Alan Grant da Scotland Yard. O sucesso alcançado pelo livro a escritora dedica-se exclusivamente à escrita, convertendo-se numa das escritoras mais conhecidas e mais apreciadas da narrativa policiária. Em 1990 a britânica Crime Writers Association elege o romance The Daughter of Time (1951) de Josephine Tey como o melhor romance de mistério de sempre, e o livro The Franchise Affair (1948) aparece em 11º lugar nesta lista The Top 100 Crime Novels of All Time. Em 1995 os Mystery Writers of America criam uma lista idêntica onde The Daughter of Time surge em 4º lugar, The Franchise Affair em 81º lugar e Brat Farrar (1949) em 90º. A bibliografia da escritora inclui os seguintes policiários:
Na série Alan Grant
1 - The Man In The Queue (1929), também editado com o título Killer In The Crowd
2 - A Shilling For Candles (1936)
3 - The Franchise Affair (1948)
4 - To Love And Be Wise (1950)
5 - The Daughter of Time (1951)
6 - The Singing Sands (1952), publicação póstuma.
Outros livros
1 - Kif: An Unvarnished History (1929)
2 - The Expensive Halo (1931)
3 - Miss Pym Disposes (1946)
4 - Brat Farrar (1949) também editado com o título Come And Kill Me
5 - The Privateer (1952)
Em Portugal está editado Miss Pym Resolve O Caso (1997), Nº583 Colecção Vampiro, Livros do Brasil.


Kendell Foster Crossen (1910 – 1981)
Nasce em Albany, Ohio, EUA. Escritor popular de policiário e de ficção científica usa muitos pseudónimos ME Chaber, Bennett Barlay, Richard Foster, Christopher Monig e Clay Richards, Kent Richards, Christopher Monig e Ken Crossen. Cria vários personagens que protagonizam os seus livros e contos publicados em revistas da especialidade. A multiplicidade de pseudónimos usados pelo autor torna difícil verificar os registos de edições em Portugal. O autor publica um número não identificado de contos e os seguintes livros policiários:
6 romances com o personagem Jason Jones e Necessary Smith;
21 romances com o personagem Milo March sob o pseudónimo M. E. Chaber;
7 romances sob o pseudónimo Richard Foste, com o personagem Pete Draco e Chin Kwang Kham (Tibetano);
4 romances sob o pseudónimo Christopher Monig, com o personagem Brian Brett;
4 romances com o personagem Grant Kirby, sob o pseudónimo Clay Richards.


TEMA — ESTUDOS DE ENIGMÍSTICA POLICIÁRIA — UM CRIME: REAL OU FICTÍCIO
Quando se investiga um crime, deve-se levar três coisas em consideração: a causa do crime, os meios de que se serviu o criminoso e a ocasião do crime. A menos que o crime tenha sido cometido por uma pessoa insana, tem de haver um motivo. Sempre que possível, o detective deve descobrir quem, nas circunstâncias dadas, pode ter tido oportunidade e os meios de cometer o crime e quem é a pessoa mais provável de ter tirado proveito do crime.
Se existem vários suspeitos ao mesmo tempo, o detective deve recorrer ao processo de eliminação. O detective, em tal caso, deve agir sem precipitação, mesmo que isso o obrigue a fazer uma investigação minuciosa da vida passada e presente dos suspeitos. Por outro lado, o detective deve sempre levar a sério qualquer pessoa que poderia ter cometido o crime.
O detective deve, também, levar a sério qualquer pista e investigá-la devidamente. Certamente isso exigirá muita paciência, mas não se deve esquecer que tais pistas podem levar ao caminho que se procura.
É aconselhável a leitura das histórias de Sherlock Holmes de Sir Arthur Conan Doyle. Em via de regra, em toda a novela policial é atribuído um papel demasiadamente exagerado aos indícios e objectos ligados ao crime e seu aproveitamento para a solução dos crimes misteriosos, sem, por outro lado, se chamar muito a atenção para o monótono trabalho quotidiano.
Seja como for, pode-se fazer uma ideia da teoria e prática dos indícios e objectos ligados ao crime com a leitura de tais novelas.
Deve ser levado em alta consideração o modus operandi — ou método de acção — do criminoso. Os indivíduos fora da lei, excepto os mais inteligentes — e mesmo esses incidem em certos detalhes individuais — caiem numa rotina e executam as suas tarefas de maneiras determinadas. Um criminoso, por exemplo, usa papel pega-moscas para impedir que um vidro cortado de uma vidraça se estilhace e caia no chão; outro usa trapo para o mesmo fim, enquanto outro tira o vidro inteiro de uma só vez e um outro quebra o vidro, simplesmente, sem qualquer precaução. O criminoso pode usar máscara e luvas ou não usar nem uma das duas; pode agir calçado ou descalço; pode ter o hábito de trancar as portas; usar uma vela ou uma lanterna eléctrica; dar uma busca completa ou incompleta ao aposento; envenenar o cão, ou cortar os fios do telefone; roubar apenas o dinheiro, ou arriscar-se a furtar também as jóias. A sede da organização policial dispõe de arquivos a esse respeito. Alguns cartões de classificação abrangem mais de 1800 aspectos referentes aos métodos de acção dos criminosos.
A maneira pela qual o crime é cometido, pode permitir a obtenção de valiosas informações, no que diz respeito à capacidade e força física do criminoso. Pode revelar se o criminoso conhecia ou não certos aspectos ligados à perpretação do crime ou estava familiarizado com o local do crime, o que permitirá reduzir o número dos suspeitos.
O Sherlock deve ter sempre em mente duas outras coisas. Se descobre estar numa pista errada, não deve ter vergonha de confessar o erro e começar o trabalho de novo. Também não se deve esquecer de que as suas conclusões se devem basear em factos, pois somente os factos são aceites como prova pela justiça.


TEMA — UM CASO PARA PRATICAR — UM CRIME NA ESCURIDÃO
De Luís Filipe Costa (escolhido por Inspector Aranha)

Luís Filipe Costa, conhecido homem da rádio e da TV, tendo-se revelado como escritor policial, iniciou-se na problemística policiária nos anos 50.O problema foi publicado em Outubro de 1953 em “Seja o Detective”, do jornal “O Cartaz”.

O Comissário Luís Stanislas sentou-se à secretária, no seu Gabinete da Scotland Yard, e abriu o dossier que tinha na sua frente. Era o conjunto das investigações feitas pelos seus agentes sobre o caso Ladislau.
Em primeiro lugar examinou o depoimento de Michael Thompson, primo do morto: “Cheguei a casa do pobre Ladislau cerca das 10 horas e fomos jogar xadrez como havíamos combinado de tarde. Passara talvez uma hora quando Frank — o criado — veio perguntar-nos se necessitávamos de alguma coisa, retirando-se imediatamente pois respondemos-lhe que não.
Pouco depois — recordo-me bem porque estávamos numa das mais animadas fases da partida — ouvimos uns ruídos quase inaudíveis, como se alguém tentasse abrir o cofre. Ladislau apanhou um revólver e viemos ver o que acontecia. Era de facto um ladrão.
Porém, ao ver-nos, fugiu pela porta do fundo, que se encontrava aberta. Corremos em sua perseguição e meu primo que ia à frente saiu à rua mas logo se ouviu um tiro e Ladislau caiu varado por uma bala. Nesse momento, apareceu Frank, que vinha do jardim. Não deixei que lhe tocassem e corri a telefonar-lhe”.

Stanislas virou a página e passou a examinar as declarações de Frank:
“Às dez horas chegou o Sr. Michael, precisamente quando eu acabava de arrumar a cozinha. Uma hora depois fui, como aliás sempre o fazia, à biblioteca para saber se desejavam alguma coisa. Que não, foi a resposta, e por isso dirigi-me para o meu quarto. Porém, lembrei-me de que não dera de comer ao cão e desci ao jardim para lhe levar um pouco de carne.
Mal lá chegara quando ouvi o ruído da queda de um corpo, logo seguido de um tiro. Imediatamente corri para cá onde se me deparou o triste espectáculo que o Sr. viu”.

Em seguida apresentava-se uma fotografia que mostrava o cadáver in locus mortis.
O morto caíra de costas com as pernas no jardim e o tronco na soleira da porta. O revólver caíra perto.
Mais umas notas sem importância e um memorando em que o agente o informava de que se encontrava completamente em branco, e o dossier fechava-se sobre o caso.
O Comissário Stanislas sorriu, indulgente, e pensou na cara com que ficaria o agente, quando lhe dissesse que já descobrira o criminoso.

Pergunta-se:
1 - Quem foi o assassino?
2 - Quais os pontos base para a descoberta do assassino?


Não queremos dar-lhe a solução sem dar o prazer de solucionar o enigma. Em breve será publicada a solução.




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