13 de maio de 2012

CALEIDOSCÓPIO 134

EFEMÉRIDES – Dia 13 de Maio
Daphne du Maurier (1907 – 1989)
Nasce em Londres. Escreve o primeiro romance, The Loving Spirit em 1931, e torna-se famosa devido à adaptação ao cinema de várias das suas obras — romances e contos — algumas pela mão do mestre do suspense, Alfred Hitchcock: Jamaica Inn (1936), Rebecca (1938) e The Birds (1952). Daphne du Maurier tem publicada uma obra muito vasta, onde se incluem peças de teatro e argumentos para cinema e televisão e várias colectâneas de contos. Em Portugal estão editados os livros mais importantes da escritora.
1 – Os Parasitas (19??), Colecção Romances Universais Bertrand. Título Original: The Parasites (1949)
2 – Rebeca (1949), Livros do Brasil. Título Original: Rebecca (1938). Este livro foi posteriormente publicado por diferentes editoras, a versão mais recente é de 2010 da Editorial Presença, o Nº4 Colecção Obras Literárias Escolhidas
3 – A Prima Raquel (1951), Bertrand. Título Original: My Cousin Rachel (1951). Também editado pela Livros do Brasil e Círculo de Leitores
4 - A Ambição de Júlio (1955), Nº2 Colecção Diamante, Editora Dois Continentes. Título Original: ??
5 – O Outro E Eu (1958), Nº39 Dois Mundos, Livros do Brasil. Título Original: The Scapegoat (1957). Também editado pela Relógio D’água em 2009
6 – A Casa Na Praia (1973), Nº4 Metamorfoses, Editora Inova. Título Original: The House On The Strand (1968)
7 – A Sorrir Também Se Vence (1974), Nº118 Dois Mundos, Livros do Brasil. Título Original: Rule Britannia (1972)
8 – Aquele Inverno Em Veneza (1975), Nº14 Metamorfoses, Editora Inova. Título Original: Not After Midnight (1971). Também editado com o título Don't Look Now and Other Stories
9 – Os Pássaros e Outros Contos Macabros (1990), Nº78 Colecção Ficção Universal Editora Dom Quixote. Título Original: Classics Of The Macabre (1987)
10 – A Pousada da Jamaica (1993), Círculo de Leitores. Título Original: Jamaica Inn (1936). Também editado pela Livros do Brasil e pela Editorial Presença na Colecção Obras Literárias Escolhidas em 2010
11 – A Enseada Do Francês (1993), Círculo de Leitores. Título Original: Frenchman's Creek (1941)
12 – O Voo do Falcão (1993), Nº212 Dois Mundos, Livros do Brasil. Título Original: The Flight Of The Falcon (1965)
13 – Mary Anne (1997), Nº236 Dois Mundos, Livros do Brasil. Título Original: Mary Anne (1954)
14 – Contos (2008), Relógio D'água l. Título Original: ??


TEMA — OS GRANDES TEMAS DA FICÇÃO CIENTÍFICA — FICÇÃO CIENTÍFICA / FANTASIA
O crescimento da popularidade do mercado do fantástico, permitimo-nos, com a devida vénia, mas com muito gosto, exarar extractos da notável introdução de Alejo Cuervo, — director de várias colecções de, ou ligadas á Ficção Científica e proprietário da Livraria Gigamesh de Barcelona — ao livro de Tanith Lee, Volkhavaar.
Segundo Alejo, o “impacto pode entender-se pela aceitação de um facto que nunca antes havia sido encarado directamente na literatura. O moderno cultivador do género põe-se frente a elaboração de universos inteiros e simultaneamente das suas regras, devendo conseguir que o que não é real se sustente a si mesmo como verdadeiro (sublinhado é nosso).
Passando por alto pela influência de Poe e as fontes de As Mil e Uma Noites, entende--se que o ponto de partida poderia ter sido do britânico Henry Ridder Haggard, autor de As Minas de Salomão, a que se segue uma quantidade considerável de outras novelas, para além dos anos vinte.
Com elas se popularizou o uso de elementos, tais como a imortalidade e os mundos perdidos no sonho de novelas de aventuras. Cabe mencionar, igualmente, E.R. Eddison e a sua notável The Woorn Ouroboros; o sonhador Lord Dunsany que, em obras como A Espada de Welleran, Contos de Um Sonhador, ou a Filha do Rei do País dos Elfes, influenciou o desenvolvimento da fantasia. Nestes autores podem encontrar-se os embriões do que seria a “fantasia heróica” ou “espadas e bruxarias” como, por vezes, também se denomina, e a reelaboração de elementos da mitologia. Céltica que enriquecera o género.
Na narrativa norte americana há figuras que se destacam no mercado das revistas populares. Edgar Rice Burroghs, criador de Tarzan e de A Princesa de Marte, que converteram o autor num dos mais vendidos da história da literatura, o não menos popular Abraham Merrit, de que se cita apenas o inesquecível The Ship of Ishtar.
A obra de ambos constitui o primeiro passo para a exploração dos ilimitados horizontes do género. Outro personagem de obrigatória referência é James Branch Cabell, com as novelas Jurgen, Figures of Earth e The Silver Stallion, cuja riqueza de recursos e extraordinária, se bem que só recentemente resgatado do esquecimento imerecido.
Considerado o pai da “fantasia heróica” Robert E.Howard, mais conhecido pela divulgação de um, dos muitos personagens que saíram da sua escrita, Conan; H.P. Lovecraft e Clark Ashton Smith, este criador de mundos inimagináveis magnificamente perduráveis.
Durante as décadas seguintes, a fantasia evoluiu nos EUA. aparecendo um aluvião de histórias. Da lista interminável, destaque para Catherine L Moore e o seu ciclo de Northwest Smith, escrito durante os anos trinta; Leigh Brackett, autora de uma série de novelas mais que notáveis, entre as quais a Espada de Rhiannon; e muito em especial Fritz Leiber, cuja saga de Fafhrd,o Ladrão Cinzento, transcende os limites do género para se consagrar como uma obra altamente aclamada.
A consagração de mundos inimagináveis só ocasionalmente ocupou os autores de Ficção Científica, The Dying Earth, de Jack Vance, é o exemplo mais importante. Contudo, apesar da escassez deste tipo de novelas, o entusiasmo pelo acolhimento pode considerar-se indicador do apogeu posterior.
A definitiva revitalização da fantasia resultou também da imaginação dos autores ingleses no campo da literatura juvenil, repentinamente descobertos por um público adulto que se sentiu maravilhado, particularmente com C. S. Lewis e The Chronicles of Narnia, e de J. R. R. Tolkien com Hobbit e O Senhor dos Anéis, obra mais que ambiciosa e super conhecida do leitor.
Após esta difusão nos anos sessenta a fantasia não voltou a ser a mesma.
Influente também a figura de Mervyn Peake, devido à riqueza de detalhes do universo onde se desenrola a sua Titus Trilogy.
Não há muito mais a acrescentar, já que a projecção que o género alcançou nos últimos anos motivou uma constante aparição de novos nomes, tantos que resulta dificil seguir-lhe a pista ou fazer uma ideia dos seus méritos. A selecção terá de ser bastante pessoal.
A obra que mais impacto causou entre o público será a Triologia de Terramar, de Ursula K. Le Guin, personagem alta da Ficção Científica americana. A seu lado e enfrentando a tarefa de construir um universo, destaca-se Nancy Springer, com The White Hart.
Em Inglaterra, dois distintos escritores têm enriquecido recentemente a fantasia. Michael Moorcock, que conseguiu o que parecia impossível, isto é, dar um tratamento novo á fantasia heróica. Moorcock é o criador de mais de uma - meia dezena de personagens que percorrem o “multiuniverso”, espécie de tabuleiro de xadrez cósmico onde tem lugar o frente a frente do Caos e da Ordem. Elric of Melniboné é a primeira novela da série em que aparece a mais popular e conhecida manifestação do Campeão Eterno.
Tanith Lee, o outro escritor, aliás escritora, em sujas obras se recolhem as influências mais diversas, demonstrativas de que a fantasia se encontra em um momento de esplendor. E a mais recente produção é, justamente Volkhavaar.
M. Constantino

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